Ainda em casa e agora?

05/04/2021
Ainda em casa e agora

Se há uns meses nos dissessem que viveríamos uma realidade que só conhecíamos nos filmes ou séries, chamaríamos de loucos! Nunca na vida! Mas a verdade é que aqui estamos, à cerca de um ano, num dia-a-dia ainda novo e a exigir que nos adaptemos a uma realidade que nos é estranha.

Reorganizarmo-nos e definir o que fazer para nos sentirmos bem, ativos e produtivos estando em casa não é tarefa fácil. Se até há bem pouco tempo desejávamos ter uns dias para ficar em casa, literalmente a olhar para o teto, hoje as paredes da casa ficam cada vez mais pequenas e sair para ir trabalhar já nos faz falta. As tarefas que sempre deixamos no “depois faço”, “depois arrumo”, finalmente estão feitas, tivemos tempo. Mas e agora? O que faço? Sabemos que temos e devemos nos resguardar em casa mas e estes sentimentos que nos invadem? Como o gerir? Como ocupar o meu tempo?

Abandonar as rotinas ou sentimento de liberdade é assustador. Não saber o que fazer com tanto tempo livre é assustador. Não podermos estar com os nossos familiares e amigos, é assustador. Somos humanos e, por si só, seres sociais. Gostamos do contacto social, do convívio, de estar com os nossos, de nos relacionarmos. Privarmo-nos disso, mexe connosco, sentimos falta, pelo que altera/afeta o nosso estado psicológico. A forma como vamos reagir numa situação de isolamento vai ter em consideração quem somos e as nossas experiências de vida, não existe uma forma “certa” de reagir, no entanto, após algum tempo é comum sentirmo-nos entediados, aborrecidos, parece que o tempo não passa e o futuro incerto traz-nos ansiedade, medo e preocupação connosco, com os nossos e com o mundo em geral. Esta angústia e frustração, em estarmos impedidos de realizar as nossas rotinas e atividades habituais, pode levar a um maior índice de irritabilidade, a uma comunicação mais agressiva, sem darmos conta estamos a discutir com os parceiros de casa pela coisa mais insignificante. Por vezes, até sentimo-nos tristes, zangados e sós, afastados do “resto do mundo”. Então, é preciso cuidar (ainda mais) de nós! Surgem assim várias dicas quer a nível psicológico, quer comportamental, quer familiar, para que melhor lidemos com o stress e nos mantenhamos ativos e positivos durante esta fase.

É aqui que surge o exercício físico como forma de manter, dentro do possível, as nossas práticas e hábitos de vida saudáveis que nos ajudam a manter o equilíbrio e uma mente sã.

Vamo-nos então focar no exercício físico e na importância do mesmo. Numa fase como a que passamos muito se tem falado sobre exercício físico e os seus benefícios. Mas afinal quais as vantagens? Há diferenças entre ter uma prática continuada para quem quer iniciar agora?

É geral a noção de que o exercício físico é bom para a nossa saúde, para o nosso organismo, afinal torna-nos mais fortes e resistentes. O exercício físico estimula o sistema cardiovascular, o sistema muscular-esquelético, o sistema imunológico, entre outros. E quanto mais regular a prática de exercício físico mais reforçados são os nossos sistemas, mais se verificam as suas melhorias.

Então para quem não fazia exercício não vale a pena iniciar agora? Mas é claro que vale, o exercício vai trazer melhorias, o que não vale é adiar mais! É importante referenciar que, o facto de iniciar agora não quer dizer que já vai estar com o sistema imunológico reforçado. Não é algo instantâneo, mas algo que surge com prática regular do exercício, sendo importante manter estes hábitos, por forma a usufruir de todos os benefícios que o exercício físico traz.

A pressão de estarmos fechados em casa torna-nos mais molengões, sentimo-nos fisicamente mais em baixo e o corpo acumular energia surgindo assim a necessidade de nos mexermos. Exercícios simples com o peso corporal, além de permitirem tonificar os nossos músculos, são eficazes para desgastar essas energias acumuladas e não nos sentirmos tão “presos” ou “enferrujados”. O exercício físico traz essas adaptações agudas, pequenos efeitos, que no momento nos sabem tão bem e efetuam alterações hormonais que permitem estar/sentir mais relaxados.

Que esta reflexão permita perceber a importância de definir e manter as nossas rotinas quer pessoais, quer familiares, quer de trabalho e, pelos motivos óbvios, as de exercício físico devem estar incluídas. Não só com o objetivo de nos manter ativos e com a mente ocupada mas para termos efetivamente tempo para tudo, afinal devemos levar à letra aquele velho (e sábio) ditado: “mente sã em corpo são”, criando assim um novo (e mais saudável) modo de estar.