Microalgas

27/04/2022
MICROALGAS

As microalgas são conhecidas um pouco por todo o mundo. Este ser unicelular é um microrganismo, como é o caso das leveduras e bactérias, com particular interesse na área da nutrição e na saúde humana. Atualmente estuda-se a existência de 200 000 a 800 000 espécies, sendo que apenas são descritas 35 000.

A sua localização é sobretudo em mares doces ou salgados. (1). Segundo autores, os povos nativos da África e do México utilizavam microalgas para sua alimentação, como é o como é o caso da espécie Spirulina (Cyanophyceae). Este micro-alimento tem sido utilizado na indústria alimentar, especialmente, no fabrico de pães, massas, iogurtes e bebidas em países como os Estados Unidos, China, França e Tailândia. Também a Chlorella Beyerinck, (Chlorophyceae) e Arthrospira Stizenberger (Cyanophyceae) são conhecidas e desenvolvidas comercialmente na adição em alimentos naturais e Dunaliella salina Teodoresco, (Chlorophyceae) para a obtenção de betacaroteno.

Do ponto de vista nutricional e de forma geral as microalgas são ricas essencialmente em ácidos gordos, aminoácidos essenciais e vitaminas. (2). A Clorella e Spirulina por exemplo, têm sido das microalgas mais faladas e produzidas na extração de corantes, antioxidantes e ácidos gordos polinsaturados (araquidónico-ARA, o ácido eicosapentaenóico(EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA). Também se extrai o betacaroteno e pigmentos carotenoides (astaxantina, luteína), que apresentam propriedades terapêuticas, enzimas e polímeros para a industria alimentar, cosméticos, medicamentos e têxtil (C e D).

As microalgas ainda apresentam na sua constituição vitaminas lipossolúveis importantes como a vitamina A (elevado efeito antioxidante que fortalece o sistema imunológico e protege a pele). (3) A vitamina K, previne doenças inflamatórias intestinais e ainda a vitamina E (protege contra doenças infeciosas e tumores – elevado efeito antioxidante). Os minerais mais comuns são o cálcio (Ca) que protege o músculo cardíaco, o cobre (Cu) essencial para a produção de melanina responsável pela pigmentação da pele, o ferro (Fe) que previne anemias, o fósforo (P) responsável pelo equilíbrio hormonal, o magnésio (Mg) controla os níveis de açúcar no sangue, o manganês (Mn) que regula enzimas, potássio (K), Iodo (I) que protege a pele, cabelo e unhas. (4).

A sua comercialização é feita sob forma de alimento natural ou suplemento alimentar em pó, tabletes, cápsulas ou extratos. São também incorporadas em massas, petiscos, doces e bebidas. Do ponto de vista de saúde pública estudos confirmam a sua capacidade de prevenir doenças degenerativas, de diminuir os radicais livres e ser útil em patologias como o cancro ou estimuladores ativos do sistema imunitário. (3,4).

Fábio Nunes

Nutricionista Solinca Classic (3437N)

Bibliografia:

1) – Becker, W.: Microalgae in human and animal nutrition, p. 312–351. In Richmond, A. (ed.),

Handbook of microalgal culture. Blackwell, Oxford (2004).

2) ulz, O, Gross W. Valuable products from biotechnology of microalgae. Applied Microbiology

Biotechnology, v.65, p.635-648, 2004

3) BAKER, R.; GUNTER, C. The role of carotenoids in consumer choice and the likely benefits

from their inclusion into products for human consumption. Trends in Food Science &

Technology, n.15, p.484-488, 2004.

4) COLLA, L.M. et al. Fatty acids of Spirulina platensis grown under different temperatures and

nitrogen concentrations. Zeitschrift für Naturforschung, v.59c, p.55-59, 2004.